You da one **
Capítulo
3
Catarina
Senti os seus braços a envolverem o meu corpo molhado. Senti
– a me protegida, como que se nada me pudesse derrubar, senti – me ainda que
por poucos segundos, indestrutível. Tão indestrutível que me lembrei do meu ex –
namorado. Ele também me fazia sentir protegida e fazia como se todos os maus
momentos da minha vida fossem apenas pesadelos que iam acabar quando eu
acordasse.
Sentia a gotas de chuva a cair na minha mão. Sentia a
respiração dele no meu casaco. Quebrei aquele momento afastando – me e dizendo:
- Desculpa – disse eu, deitando uma lágrima esperando que se
confundisse com a chuva que caía
Não me respondeu, apenas senti o toque do seu polegar na
minha bochecha, como se a acariciasse. Olhei para ele e estremeci, ainda era
mais perfeito ao vivo. E antes que me desse um daqueles impulsos ‘’ simpáticos’’
disse:
- Bem, digamos que não estamos propriamente secos …
Sorriu – me, naquele momento dava tudo para saber o que
pensava, tudo!!
- Bem… então vamos? – disse me ela olhando para a frente
- Vamos – disse eu
acompanhando uma gota que escorria pelos seus lábios, tornando – os ainda mais irresistíveis.
Estavamos loucos, só nos riamos… Nunca me diverti tanto numa
tarde chuvosa. Parecíamos crianças: saltávamos para as poças, riamos que nem
loucos, enfim … Nem dei pelo tempo passar, estava a divertir – me demais com
ele.
Quando dei por mim, senti a sua mão a agarrar o meu pulso.
Entramos num portão, devia ser a casa dele. Quem nos abriu a porta foi a irmã
do Zayn. O zayn deu – lhe um abraço, tão querido que me derreti toda. A trish,
irmã do Zayn, olhou – me de alto a baixo e disse:
- Oh rapariga estás toda encharcada!!
Senti – me a corar, e olhei para o chão. O zayn soltou um
risinho que me deixou meio furiosa, meio derretida.
- Anda comigo, eu empresto – te umas roupas – disse a Trish.
A Trish era uma rapariga de cabelo preto, como o irmão,
alta, de olhos castanhos e super querida. Subimos ao quarto dela. Lá emprestou –
me umas roupas lindas e deu – me uma escova e uma toalha para me arranjar.
Enquanto me penteava ela disse:
- Então como te chamas?
- Catarina – disse eu tentando desembaraçar um nó do meu
cabelo.
A ‘’dor’’ que senti a tirar o nó, fez – me lembrar o meu
pai, o homem da minha vida. Aquele homem que daqui a um minuto pode não estar aqui.
Deixei cair a escova e senti o meu corpo a cair. Sentei – me
no chão, sentia as lágrimas a correr na minha cara, e na minha cabeça vinham as
memórias felizes com o meu pai. A Trish, olhou para mim e sentou – se ao pé de
mim com uma caixa de lenços:
- Toma – disse ela estendendo a caixa, sorrindo para mim de
uma forma tão ternurenta que me lembrou o sorriso do irmão nessa tarde.
Sorri – lhe, pois mal conseguia falar… Assoei - me e limpei a minha cara, olhei para ela e
disse:
- Obrigada – gaguejei um pouco mas nesse momento nada
importava.
- Sei que conheces nem à uma hora, mas se quiseres falar … -
disse ela sentando – se à minha frente sorrindo
- É a minha vida…
Quando digo isto a
bomba relógio que eu me sentia rebentou, ecoava tudo na minha cabeça, risos,
choros, tudo… Ecoava de novo a minha discussão com o meu namorado, o discurso
do médico, mas para compensar ecoava a minha palhaçada com o zayn. Desatei a
chorar de novo.
Senti dois braços a fazerem pressão nos meu corpo e uma mão
a acariciar os meus caracóis. Esperava que fosse a Trish mas depois reconheci
aquele acariciar, aquele simples toque e constatei que era o Zayn…
- Catarina … - disse eu soluçando
O meu discurso foi interrompido quando senti os seus lábios a fazerem pressão sobre os
meus, as suas mãos a deslizarem para a minha cintura, como se sedentas de
desejo.
Afastei – me dele, beijei – o na bochecha e disse:
- Obrigada.
Desci as escadas, parei e peguei no telemóvel dele gravei o
meu numero e sai. Não olhei para trás, não vi a reacção dele, simplesmente saí
.