She will be loved
PARTE 2
Mariana
Acenou para mim e continuou a despir o fato de surf. Estendi
a minha toalha e deitei – me nela de barriga para cima, enquanto a Gillian se
barrava de bronzeador. Sentir o sol na minha pele era uma sensação
reconfortante, ouvir a maresia e sentir os pés na areia… Estava tão bem! Senti
algo a tapar – me o sol, e abri os olhos lentamente. Era o Luke:
- Não és propriamente transparente – ripostei eu.
Ignorou o que eu lhe disse e perguntou – me:
- Vou à água limpar a prancha e preciso de ajuda… És a única
que até percebe mais que eu do assunto – disse.
Suspirei, mas acabei por acenar afirmativamente. Estendeu –
me a mão, mas recusei. Levantei – me num ápice e fomos até à água. Uma onda de
silêncio avassaladora reinava entre nós até que ele a decidiu quebrar:
- Ouvi dizer que… - hesitou – acabaram, tu e o Josh…
Não respondi. Não tinha que voltar a relembrar – me dessa
tarde em que o Josh me disse que tinha outra rapariga à meses, por isso
simplesmente continuei a tirar a areia do shop dele.
- Ok, secalhar foi uma mal metida… - concluiu ele.
- Bem, o shop já não tem areia, e a prancha está limpa, não
sei porque me chamaste aqui… Não tens bracinhos para pores uma prancha por
baixo de água? – ripostei eu ainda a pensar no atrevimento que tinha tido em
invocar o nome do Josh.
- Hey!!! Que agressividade!!! Já percebi que não devia ter
tocado no ponto sensível!
- Pois não, não devias ter tocado! – respondi eu.
Agarrou na prancha e no fato e acompanhou a minha marcha
acelerada até à toalha. Senti – o a puxar – me:
- Mariana!! Estava só a perguntar, não precisas de ficar
assim!
- Mas eu não preciso de me lembrar outra vez do quanto sofri
e do quanto chorei nestes meses todos, percebes agora?
A sua expressão esmoreceu, mas eu não arredei pé. Estavamos
os dois em pleno areal frente a frente a poucos centímetros de distancia:
- Deixa – me compensar – te – sugeriu ele.
- Endoideceste de vez não foi? – disse eu fazendo – me
difícil.
- Eu hoje estava a pensar em ir ao cinema, ia ver um filme
de acção mas com romance, como tu gostas… Eu lembro – me – disse ele baixando o
seu olhar.
Ele… ele lembrava – se dos meus gostos… Lembrava – se
daquilo que eu gostava ou não, não podia deixar de gostar disso:
- Nem pensar, hoje à noite quero ficar em casa, não vou sair
Luke – afirmei eu mais calma.
- Ok, não digas que não tentei… - disse ele pegando na
prancha continuando a andar para as toalhas.
A tarde passou rapidamente, eu e a Gillian estivemos sempre
juntas mais as outras raparigas enquanto que os rapazes estiveram no grupinho
deles. Por volta das 18h despedi – me de toda a gente e fomos para casa:
- Então ? – perguntou – me o Niall.
- Então o que? – respondi confusa.
- Tu e o Luke, toda a gente reparou…
- Não se passa nada, eu e o Luke falamos uns minutos e ficou
por ai, provavelmente não nos vemos mais… Qual é o filme?
- Ok, nada esquece, se tu o dizes…
Fomos o resto do caminho calados até casa. Tomei um banho
refrescante e fui o armário do Niall tirar uma t- shirt para dormir, vesti os
meus calções de pijama e depois de jantar fui – me refastelar no sofá a ver um
filme. Podia estar com o Luke naquele momento, a ver um filme no cinema... Mas
não estar ali fazia – me bem, acho eu…
Estava ali sozinha: a minha mae estava a dormir, o Niall no
quarto dele a jogar e a minha melhor amiga estava com o namorado de certeza…
A campainha tocou.
Não esperava visitas, alias eram quase dez da noite…
- Luke ?! – disse eu ao abrir a porta – o que é que estas
aqui a fazer? O Niall ‘tá lá dentro…
- Eu vim aqui para vires comigo – respondeu ele ajeitando o
seu cabelo.
- O quê?! Luke eu não vou a lado nenhum, alem de estar de
pijama, não me apetece sair – ripostei eu – Mas afinal o que é que te deu?
- Queria estar contigo , quero – frisou – calça uns ténis,
veste umas calças, faz o que quiseres mas vem comigo!
Senti – me corar ligeiramente. Olhei – o nos olhos e sorri.
- Ok, espera então.
Arranjei – me rapidamente: calcei os meus VANS, vesti umas
calças e vesti uma sweatshirt. Estava pronta para me ir embora, peguei no
telemóvel e fui ter com ele. Quando me aproximei dele, vi – o sorrir de relance
para mim, beijei – o na cara:
- Então ? – perguntou ele.
- Ainda não te tinha cumprimentado – respondi eu sorrindo.
Sorriu – me e beijou – me na testa. Saimos, entrei no carro
dele:
- Onde vamos? – perguntei.
- Á praia – respondeu ele.
Fomos em silencio, quando saímos do carro, não resisti em olhar para o mar, a sensação de
ver a praia à noite… Era maravilhosa, e já há bastante tempo que não a sentia:
- Vens ou quê? – disse ele estendendo a mão para mim.
- Vamos – respondi.
Ignorei a sua mão estendida para mim, porque na realidade
não sabia o que estava a fazer, nem tão pouco sabia o que me tinha passado pela
cabeça quando aceitei sair com ele. Tinha prometido a mim mesma, deixar – me de
rapazes por uns tempos, deixar – me de ilusões e sentimentos fortes…
Caminhámos pelo areal descalços, um ao lado do outro, mas
nunca demasiado cúmplices. Puxei o braço dele e obriguei – o a parar:
- Luke, preciso que sejas sincero – respirei fundo – para
quê que me trouxeste aqui, porque é que me pediste ajuda com a prancha, porque
que me dirigiste a palavra depois de tudo o que aconteceu connosco?
Olhou – me supreso e pegou –me nas mãos encostando –as ao
seu peito:
- Mariana, será assim tão difícil? Como é que toda a gente
percebe menos tu? – disse ele.
Afastei as minhas mãos do peito dele:
- Perceber o que? O que é que há para perceber aqui Luke? –
disse eu quase a perder as estribeiras.
- Mariana, a única razão pela qual nunca namorei com mais
ninguém desde o secundário, pela qual dei sempre para trás as raparigas que
queriam sair comigo, que sempre odiei o Josh, é porque te amo Mariana!
Foi como se me tivessem despejado um balde de água fria em
cima. Olhei – o nos olhos sem saber o que dizer, o que fazer, muito menos o que
pensar. Afastou – se de mim e sentou – se na areia seca. Puxou os joelhos
contra si e baixou a cabeça.
Desloquei – me para ao pé dele e sentei –me.
- Porque é que tu odeias o Josh ?
Levantou a cabeça:
- Porque será Mariana? Eu amo – te, sempre te amei, és a
rapariga mais especial com quem alguma vez estive. Sinto a tua dor como se
fosse a minha, sinto – me feliz quando sorris, sinto – me envergonhado a
dizer-te isto, mas é a verdade! Não sei como é que alguém pode ser tão estupido
ao ponto de deixar uma rapariga como tu fugir assim, não percebo! Quando me
disseste naquele dia, que não me amavas da maneira como eu te amava, foi como
se me tivessem tirado o chão, o mundo, tudo mariana, sabes bem que és importante
para mim e que te quero para mim neste momento, quero ter o privilegio de dizer
que és a minha namorada, que és tu que me faz feliz…
Senti – me a corar, era verdade que ele sempre tivera este
efeito em mim: deixava – me sempre sem palavras, era romântico e amava – me a
serio. Encostei – me a ele e sussurrei – lhe:
- Vamos viver um dia de cada vez…
Beijei – o na face, senti o braço dele a envolver o meu
corpo. Ficámos naquela praia até às tantas: nós rimos, falamos e surf, e
trocamos mimos. Senti qualquer coisa a falar mais alto em mim e tive de lhe
dizer no fim da noite quando já estávamos a minha porta:
- Não percebo, como é que alguém é estupido ao ponto de
deixar um rapaz como tu fugir assim, não percebo…
Sorriu para mim:
- Vamos viver um dia de cada vez.. – respondeu
Encostou – me contra a porta, pressionando as suas mãos
contra a mesma. Deu – me um beijo na testa:
- Amanhã, surfada ?
- Estou um pouco perra… Mas sim!
Sorri e beijei – o na bochecha:
- Ate amanhã. –
despedi – me.
* 3 meses depois *
- Boa Sorte amor vais conseguir – disse ele beijando – me.
- Amo – te – disse – lhe, retribui – lhe o beijo e meti – me
na água pronta para vencer aquele campeonato.
Sai da água depois de um set perfeito, olhei de relance para
o mar:
- Há 3 meses,
estávamos aqui e tu disseste que me amavas – disse – lhe abraçando – o.
Levantou – me o
queixo e disse:
- Cada dia que passa
amo – te mais, cada dia que passa preenches – me mais, amo – te sim?
Beijei – o, acariciando – lhe o cabelo enquanto ele me agarrava
as ancas. Amava- o e queria estar com ele para sempre, ele tinha razão, cada
dia que passava sentia- me mais preenchida, cada vez mais amada, desejada:
- E que venham outros 3 meses – disse – lhe sorrindo.